sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Nickelback, Saving Me

TRÁFICO DE ORGÃOS HUMANOS. UM CRIME PERMITIDO?

As fronteiras da medicina alargaram-se, durante os últimos anos do século passado, para dimensões nunca antes imaginadas.
Este avanço nas ciências médicas não foi, contudo, acompanhado pelo avanço do pensamento, que, à semelhança do que já acontecera com grande parte dos avanços científicos e tecnológicos alcançados no sec. XX, não acompanhou esta evolução da medicina.
Quando em 3 de Dezembro de 1967 Christian Barnard, um cirurgião sul-africano, realizou o primeiro transplante cardíaco bem sucedido num ser humano, a sociedade civil rejubilou, por este feito científico de grande significado para a humanidade. Mas o pensamento, mais uma vez, não acompanhou a ciência.
Presentemente efectuam-se transplantes das mais variadas naturezas, todos os dias, a todas as horas.
É uma excelente evolução da ciência que preserva e prolonga vidas humanas.
Mas este avanço científico trouxe consigo um outro problema: Como encontrar órgãos disponíveis e em condições de serem transplantados para fazerem face às necessidades dos doentes?
E logo que a escassez se instalou, surgiu o tráfico ilegal de órgãos humanos.
A venda ilegal de órgãos humanos recolhidos em cadáveres ou em seres humanos vivos.
E este tráfico lança-nos várias questões, várias interrogações a que temos que responder!
Será que qualquer ser humano é suficientemente "dono do seu corpo" para doar um órgão para transplante? Para salvar um familiar? Para salvar um amigo?
E, se em vez de doar esse órgão, esse mesmo ser humano proceder à sua venda? Salvando da mesma forma um ser humano?
E se um qualquer ser humano em estado de extrema miséria se vir na necessidade de ir vendendo partes do seu corpo para sobreviver? Os olhos? Os rins? Os pulmões? Os dedos?
Será aceitável?
E, se em algum momento, este tráfico de orgãos humanos for destinado a salvar um nosso ente querido, familiar ou amigo?
E se, em vez da colheita de órgãos para transplante ser efectuada por esta via, se desenvolverem processos de clonagem de seres humanos apenas com esta finalidade? A criação de órgãos para transplante?
Será que o tráfico de órgãos humanos não acaba por ser um "crime permitido" mesmo na nossa sociedade ocidental?
E os direitos humanos, neste caso, estarão defendidos?

Tráfico Humano na Ásia: "O maior comércio de escravos da História!"


Cerca de 30 milhões de mulheres e de crianças foram vítimas nos últimos anos de traficantes de seres humanos na região Ásia-Pacífico, naquele que pode ser considerado como "o maior comércio de escravos da História", afirmou recentemente em Tóquio um alto funcionário do Fundo Especial das Nações Unidas para a Infância (Unicef). "As estatísticas oficiais referem que 1,2 milhões de crianças são anualmente vítimas de tráfico, mas os números poderão ser mais elevados", declarou Kul Gautum, vice-director executivo daquele órgão das Nações Unidas num simpósio internacional sobre o tráfico de crianças. Cerca de cem representantes de organizações não-governamentais, assim como diplomatas na qualidade de observadores, assistiram ao fórum, organizado pela Unicef e pelo ministério japonês das Relações ExterioresAs vítimas, em grande parte adolescentes, são exploradas em escritórios ou obrigadas a prostituírem-se, acrescentou o funcionário, lembrando que o sudeste asiático é a região com o quadro mais negro. "O número de mulheres e de crianças vítimas deste tráfico na região Ásia-Pacífico está estimado em 30 milhões nas três últimas décadas". Naquela região, os esforços destinados a pôr fim ao tráfico de seres humanos são frequentemente prejudicados por funcionários corruptos, denunciou Gautum. "Em muitos países, os governos não gostam de enfrentar esta questão e a polícia, que deveria combater esses crimes, participa neles protegendo os criminosos", disse.Os participantes afirmaram a necessidade de uma maior coordenação entre as ONGs e entre estas e as agências governamentais. "Há muitas ONGs nos países dos quais as crianças são retiradas, nos países pelos quais transitam e nos países que recebem essas crianças, mas a verdade é que as acções dessas organizações precisam de uma maior coordenação", declarou Shinako Tsuchiya, secretário do Parlamento japonês para as Relações Exteriores.