sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
TRÁFICO DE ORGÃOS HUMANOS. UM CRIME PERMITIDO?
É uma excelente evolução da ciência que preserva e prolonga vidas humanas.
Mas este avanço científico trouxe consigo um outro problema: Como encontrar órgãos disponíveis e em condições de serem transplantados para fazerem face às necessidades dos doentes?
Será que qualquer ser humano é suficientemente "dono do seu corpo" para doar um órgão para transplante? Para salvar um familiar? Para salvar um amigo?
E se um qualquer ser humano em estado de extrema miséria se vir na necessidade de ir vendendo partes do seu corpo para sobreviver? Os olhos? Os rins? Os pulmões? Os dedos?
Será aceitável?
E se, em vez da colheita de órgãos para transplante ser efectuada por esta via, se desenvolverem processos de clonagem de seres humanos apenas com esta finalidade? A criação de órgãos para transplante?
E os direitos humanos, neste caso, estarão defendidos?
Tráfico Humano na Ásia: "O maior comércio de escravos da História!"
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
A Menina da Verdade
Índia: "Um terrível lugar para nascer Mulher"
Na Índia, o nascimento de crianças do sexo feminino é um desaire para a família, incluindo para a própria mãe, para a qual, pior do que as dores do parto, é o facto de saber que deu à luz uma menina. Os olhares, vozes e gestos dos membros da sua família e comunidade são de repúdio, consternação e incúria. Muitas parturientes de meninas são negligenciadas, maltratadas e, inclusivamente, abandonadas pelos seus maridos.
De acordo com a UNICEF, o distrito de Shravasti constitui a pior região indiana para nascer mulher. No “Global Gender Gap Report 2007”, a Índia ocupa a 114ª posição, num conjunto de 128 países: a igualdade na educação, a saúde e a economia são muitíssimo débeis no país.
Para a sociedade indiana, a mulher representa um pesado encargo financeiro, uma vez que, aquando do casamento, a família da noiva terá de efectuar o pagamento do dote. Na verdade, o sistema tradicional do casamento indiano determina que “as raparigas deixam a casa dos seus pais permanentemente no dia do seu casamento” para integrar o núcleo familiar do seu marido, acompanhadas por um “montante significativo”. Não obstante a ilegalidade do dote – desde 1960 –, este é uma prática corrente entre os indianos, e fundamente nefasta para a mulher. Nela, vêem somente o dispêndio de cifrões em vez da sua identidade própria, confinam-na ao menosprezo e à segregação, cerceiam os seus direitos fundamentais.
“Ouço-as gritar dentro de mim: mamã não me mates!”
Na índia, bem como no Paquistão e na China, o infanticídio e o feticídio femininos são amplamente praticados. Por meio de “um processo psicológico que a comunidade desenvolve”, as indianas são instigadas a matar as suas próprias filhas. A pressão recai sempre na mãe da criança, consideradas, frequentemente, culpadas pelo nascimento de uma rapariga – “há cada vez mais sogras a queimar as noras vivas”. Por isso, muitas indianas matam as suas filhas antes ou após o parto. Com o desenvolvimento tecnológico, muitas recorrem à selecção pré-natal do sexo da criança no sentido de evitar o nascimento de meninas. Este recurso redunda, frequentemente, no feticídio feminino. Na Índia, estima-se que cerca de 10 milhões de fetos femininos foram abortados nos últimos 20 anos. A erradicação de tais práticas exige uma mudança de atitudes, o banimento das barreiras mentais edificadas pelo patriarcado e nutridas pela pobreza e fechamento intelectual. Secundando a especialista em Política Social da UNICEF, Rama Subrahmanian, “não é possível para estes lugares não mudar. Mas a absorção no mainstream não acontece rapidamente”.
Campeões na Violação dos Direitos Humanos
Os Estados Unidos citam o Irão e a China entre os piores violadores dos direitos humanos em 2005, ao mesmo tempo que destacam uma melhoria nítida nos Balcãs e na África central, segundo o seu relatório anual hoje publicado.
O departamento de Estado, que publica desde 1977 um relatório anual sobre a situação de direitos humanos no Mundo, considera que foram cometidas violações «sistemáticas» em 2005 em sete países, onde «o poder está concentrado nas mãos de dirigentes que não têm quaisquer contas a prestar»: Coreia do Norte, Birmânia, Irão, Zimbabué, Cuba, China e Bielorrússia.
«O balanço já mau do governo iraniano em matéria de direitos humanos e de democracia deteriorou-se em 2005», sublinha o relatório, recordando que um milhar de candidatos foi excluído do escrutínio presidencial de Junho que levou à eleição do ultra-conservador Mahmud Ahmadinejad.
Na China, «o governo continuou a cometer abusos graves», acrescenta o relatório, referindo o prosseguimento das restrições impostas à comunicação social e à Internet.
«Em contraste, nos Balcãs, uma melhoria notória da situação dos direitos humanos, da democracia e das regras de Direito nos últimos anos conduziu a maior estabilidade e segurança na região», lê- se no documento.
Na região dos Grandes Lagos africanos - República Democrática do Congo, Ruanda, Burundi e Uganda - «houve globalmente menos violência em 2005 e a situação dos direitos humanos melhorou claramente, encorajando dezenas de milhares de pessoas deslocadas, nomeadamente do Burundi, a regressar a suas casas», sublinha o relatório.